sexta-feira, 9 de julho de 2010

"Para tudo há o seu tempo"

Rubem Alves


Dizem as escrituras sagradas: "Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer". A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A "reverência pela vida" exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir. Cheguei a sugerir uma nova especialidade médica, simétrica à obstetrícia: a "morienterapia", o cuidado com os que estão morrendo. A missão da morienterapia seria cuidar da vida que se prepara para partir. Cuidar para que ela seja mansa, sem dores e cercada de amigos, longe de UTIs. Já encontrei a padroeira para essa nova especialidade: a "Pietà" de Michelangelo, com o Cristo morto nos seus braços. Nos braços daquela mãe o morrer deixa de causar medo.

Texto publicado no jornal “Folha de São Paulo”, Caderno “Sinapse” do dia 12/10/03. fls 3.

Luciene Porto (Filosofando na Sexta)

A ERA DO VIDEOFONE

Fátima


Este módulo de Mídias na Educação está sendo muito bom para mim, pois estou aprendendo muita coisa nova. Estou gostando de Blogar. Olha só, criei até um verbo novo (se é que já não foi criado). Quero repartir com vocês trechos da reportagem da revista Isto É, nº 2118, de 16 de Junho de 2010, falando sobre o novo celular que permite chamadas com imagens e que vai mudar de vez a maneira como nos comunicar. Quem sabe a tecnologia chegará também em nossas salas de aula.
CHEGOU A ERA DO VEDEOFONE
“Inventar coisas que as pessoas nem sabem que precisa. Transformada em uma espécie de mantra, essa frase, durante décadas, estimulou os funcionários da fabricante americana de eletrônicos Apple a criar produtos que revolucionaram mercados e se tornaram sucessos comerciais indiscutíveis, como o tocador de música iPod e o computador portátil iPad. A empresa, liderada pelo mítico Steve Jobs, lançou na segunda feira 7 em São Francisco, na Califórnia, o novo celular da Apple, o iPhone 4. O FaceTime, programa ousado para fazer as ligações com vídeo do iPhone 4, simplifica a vida do usuário ao apresentar na tela todas as instruções necessárias (...) O novo iPhone vai ajudar muito no trabalho, sobretudo pela possibilidade de fazer vídeo-conferência (...) A Apple já tem agendado para setembro a entrega dos primeiros aparelhos que vêm para o Brasil. As operadoras de telefonia celular nacionais têm pouco mais de dois meses para tirar da cartola estratégias que permitam vender todos os recursos do novo celular, principalmente o videofone.”

SOBRE REDES SOCIAIS NA INTERNET - CONTINUAÇÃO

GRUPO: Elisângela; Viviane; Fábio; Inês; Luciene; Diva; Sara; Fátima; Deluzia



Fantástico 19-04-09 - Sobre Redes Sociais na Internet

Nos últimos anos tive o privilégio de conhecer pessoas fantásticas que entraram em minha vida nos mais inesperados momentos.
Trouxeram mensagens de otimismo, qualidade de vida, humor e reflexão…
Recebo todos os dias e-mails de pessoas que se tornaram importantes na minha vida, pessoas que, por vezes, estão a milhares de quilômetros..
Estou maravilhado com essas pessoas com disposição para serem generosas, amáveis, enviando mensagens que reconfortam, ajudam e incentivam.
Há pessoas que não gostam de computador, pois ainda não descobriram as possibilidades que pode proporcionar…
Dirão que esta troca de mensagens não substitui um abraço. É verdade ...
Porém, nos últimos tempos, me senti abraçado, muitas vezes, através das mensagens recebidas... As pessoas que me enviam poemas, música, humor, fotos e outras mensagens chamo “amigos virtuais”;


















Mas devo dizer que sinto essas pessoas como bem reais, que não têm nada de virtual, pois transformam em mensagem e tornam palpável todo o seu afeto. Como podemos imaginar tal coisa?
Em todo este tempo, alguns apenas me mandaram mensagens ocasionalmente. Outros já fazem parte da minha agenda e da minha lista de contatos e têm um lugar no meu coração…
Já me sinto um pouco dependente das mensagens, como um adolescente que espera os amigos para lhes dizer qualquer coisa todos os dias…
E chego a desejar que meus amigos nunca cresçam…
Como em tudo na vida, há que saber fazer uso correto desta forma de relacionamento. Não deveremos nunca renunciar ao contato físico, mas, às vezes, falta-nos tempo… outras vezes a distância é enorme.
Por isso, este meio é o mais eficaz para mantermos os nossos contatos com as pessoas que nos interessam verdadeiramente.
A surpresa de uma mensagem carinhosa que chega carregada de afeto causa uma verdadeira corrente positiva que pode, em muitos momentos, ser terapêutica.
Em certos momentos, a mensagem parece ter sido feita de propósito para nós… como resposta a um mau momento que estamos passando…
Podes ter a certeza de que, quando menos esperas, chegará essa mensagem, imagem, música ou poema que te fará sentir melhor.
Muitas vezes esperamos receber alguma mensagem amiga e… de repente, aí está a mensagem tão desejada.
Poderás dizer que também se recebe muito lixo por e-mail. Mas não é também assim na nossa vida de cada dia? O truque está em filtrar e ficar só com o que é positivo. A nossa função é fazer a seleção daquilo que é efetivamente bom…
Daquilo que nos pode fazer crescer como pessoas, do que nos pode fazer pensar, refletir, sentir que estamos vivos, amar, saber que estamos neste mundo de passagem, e que não custa nada fazer feliz o próximo e a nós mesmos.
Toda esta gente passará a ter um lugar garantido na minha vida.
Por vezes será difícil responder a todos com a brevidade desejada…
Mas estou convencido de que vale a pena gastarmos um pouco do nosso tempo para repartir carinho apenas com os comandos de “Enviar” ou de “Reenviar”.

O que são redes sociais?

O que são Redes Sociais Virtuais?

Por: Viviane, Sara, Diva, Fátima, Elisângela, Inês, Deluzia, Fábio e Luciene.


A cada dia a internet conquistas mais espaço na vida da pessoas, dentre as funções da internet atualmente a que mais se destaca dentre as razões de acesso são as redes sociais virtuais. Essas redes são compostas por páginas da web que facilitam a interação entre os membros em diversos locais do mundo. Elas existem para proporcionar meios diferentes e interessantes de interação. As principais redes são: Orkut, Facebook, Twiter, Myspace, Blog e Fotolog.

Nesta rede social pode-se publicar um perfil público de si mesmo com dados pessoais e fotos, montar uma lista de amigos que também integram o mesmo site. Se trata de um espaço virtual, no qual as pessoas trocam informações sobre as novidades cotidianas de sua vida, mostram as fotos dos filhos, comentam os vídeos caseiros uns dos outros, compartilham suas músicas preferidas e até descobrem novas oportunidades de trabalho, como se fosse um encontro num bar, praça ou clube. Tudo como as relações sociais devem ser, mas com uma grande diferença: a ausência quase total de contato pessoal.

Alguns pontos são discutidos por especialistas como a superexposição nesses sites, o aumento da superficialidade nas relações sociais, a distância física entre as pessoas que só se encontram virtualmente ora por morarem longe ou não se conhecerem pessoalmente mas existe também casos de pessoas que se conhecem mas só conversam virtualmente. Esta tem sido uma preocupação dos pais em relação aos filhos adolescentes, pois estes não saem mais de casa e passam noites acordados na internet conversando com amigos e vizinhos.

Segundo dados da Veja de julho de 2009 o Brasil tem sido o país com o maior audiência mensal chegando na faixa de 29 milhões de pessoas.
Como qualquer serviço da internet a depender do uso que se faz pode-se obter resultados positivos ou negativos.

Acompanhe neste vídeo um pouco mais sobre o que são essas redes sociais e como as pessoas ainda desconhecem o termo: "Redes Sociais", mesmo fazendo uso delas.

Educação Escolar: que prática é essa?

Boa tarde turminha!!
Estive um pouco sumida pois fiquei sem internet, mas estou de volta......Durante a semana fiz a leitura de um texto que achei interessante e pertinente a matéria, já que fala sobre a prática da educação escolar. Fiz uma resenha que segue abaixo e espero que gostem.
Forte abraço e até a aula... Sara Alves
Alguns autores atribuem a palavra práxis uma significação equivocada de que práxis é a prática em si. Isso se dá devido a um modismo verbal, afirma Maria Luisa Santos, e destaca a importância de mudar esse vocabulário que gera efeitos sobre a realidade.

Para a autora, esse modismo altera o discurso, mas as vigências históricas permanecem as mesmas. Pela ausência de domínio crítico do pensamento teórico que possibilita adequar-se à compreensão da realidade, reduz-se o conteúdo e aplica-se o modismo verbal. Logo, não se dominando a noção de práxis, compreender a prática humana restringe-se a dimensão pratico-utilitária.

No que tange a prática educativa, torna-se uma ação vazia, sem uma significação completa, visando somente a satisfação das necessidades práticas da vida cotidiana, não possibilitando um olhar mais crítico da realidade me que se está inserido.

Ou melhor, o educador passa a ter sua função simplificada, reduzida, pois emite somente o senso comum. Não sendo essa a função real do professor, é mister que este vá para além dos modelos simplistas apresentados em vários projetos pedagógicos. Portanto, a sua função é de emitir conhecimento que ultrapasse a consciências pratico-utilitária, emitir o ensino que busque satisfazer não somente as necessidades imediatas dos indivíduos, mas torna-los eficazes de ampliarem suas perspectivas.

Todavia, para fornecer esse conhecimento teórico, é mister que o professor retire da mesma uma conseqüência prática dedicando ao planejamento afinal, a teoria é parte constitutiva das atividades humanas.

Conforme a autora, práxis é a “atitude material do homem que transforma o mundo natural e social para fazer parte dele, o mundo humano” (SANTOS, p.13). Baseando-se a filosofia marxista, a ação humana e seus produtos correspondem a necessidade humana de se produzir como ser humano que se realiza no cotidiano da vida mas não se transforma imediatamente e diretamente. Dessa maneira, o ser humano tem por desafio, ser “ser humano”.

A educação está condicionada a finalidade humana de constituir-se enquanto ser humano cada vez mais humano. Não é em vão o lema de que caba a educação a formação de homens, e homens cidadãos. Por isso a importância do educador de não se restringir ao conceito reducionista do que é práxis.

A autora destaca, em seu terceiro capítulo, que a prática e a teoria estão interligadas, há em sim uma correlação entre a parte cognitiva e a teleológica. Ambas as dimensões interagem por meio da significação, ou seja, ainda que a teoria não se refira diretamente a uma prática, ela contém a significação da e para a prática.

Diante desta questão, a Educação se apresenta como a forma mais adequada de conscientizar o aprendiz quanto a realizada em que é produzido e produz. Segundo Maria Luisa Santos, a Educação tem por finalidade “tornar possível um maior grau de consciência, ou seja, de conhecimento, compreensão da realidade da qual nós, seres humanos, somos parte e na qual atuamos teórica e praticamente” (SANTOS, p. 29).

Tal transformação de consciências infere na questão subjetiva do ser humano, e tem, por sua vez, reflexos sobre a realidade objetiva. O que há de subjetivo, proposto pela teoria, tem sua ação objetiva, material.

No que se refere a questão da educação escolar, a autora diz que a matéria-prima da atividade educacional é a consciência do aluno, não se atribui a mesma o caráter real, objetivo. Porém, o instrumento básico de ação sobre tal matéria-prima é o conhecimento, nesse caso, o conhecimento científico. Bem como a consciência, o conhecimento não tem caráter objetivo.

Dessa forma, a educação escolar tem como seu produto maior, a consciência transformada e, por sua vez, transformadora do estudante. Transformação essa, que abrange em mudanças na realidade em que o aluno está inserido.

A escola existe, pois, para preparar o aluno a agir e interagir com a sua realidade através do conhecimento sistematizado. Está sobre a responsabilidade do Ensino Escolar, sistematizar esse conhecimento a fim de que o aluno aprenda a lidar com a prática do seu dia-a-dia. Não que a prática em si só não lhe promova o poder da ação, mas nessa ação está implícito o simbolismo teórico do qual precisamos ter acesso.

Destarte, nisso consiste a importância de se investir em uma educação de qualidade e para todo. Educação que não deve se deter ao conhecimento dominador, mas aquele que expande os focos de conhecimento, que aumenta o poder de inclusão e que eleve o educando, e porque não dizer também o educador, a uma condição plena de cidadania.

RIBEIRO. Maria Luisa Santos. Educação Escolar: que prática é essa? Campinas, SP, Autores associados. 2001.

terça-feira, 6 de julho de 2010

PORTAL DOMÍNIO PÚBLICO

Por: Deluzia - Diva - Elisangela - Fátima - Inês - Luciene - Sara - Viviane e Fábio
Olá pessoal!
Nosso grupo de sexta escolheu pesquisar sobre os dois seguintes temas sugeridos nos links para a atividade da semana: 1) Portal Domínio Público e 2) Redes Sociais na Internet.
Segue nossa primeira postagem sobre o Portal Domínio Público, esperamos que todos apreciem!

Características

Na perspectiva que busca entender as relações sociais, podemos compreender que o repertório de domínio público, como reflexo das transformações sociais locais, tem função agregadora e mantenedora de costumes, hábitos e filosofias de vida, na construção de uma identidade local. Sendo assim as características estruturais encontradas durante as análises de domínio público tem caráter relativamente simples e exemplificativo pelos intervalos encontrados, que demonstram uma conotação a informação.

Adicionalmente, o "Portal Domínio Público", ao disponibilizar informações e conhecimentos de forma livre e gratuita, busca incentivar o aprendizado, a inovação e a cooperação entre os geradores de conteúdo e seus usuários, ao mesmo tempo em que também pretende induzir uma ampla discussão sobre as legislações relacionadas aos direitos autorais - de modo que a "preservação de certos direitos incentive outros usos" -, e haja uma adequação aos novos paradigmas de mudança tecnológica, da produção e do uso de conhecimentos.

No entanto, acreditamos que as estruturas oferecidas, assim como o próprio desempenho dos grupos são respostas sociais ao convívio cotidiano construída na contemporaneidade que tende a desconstruir os valores humanos devido à velocidade de suas transformações.

Objetivo
Oportunizar a pesquisa tendo como foco central a educação. Pode-se analisar diversas obras para aprimoramento tanto pessoal como profissional, serve como integração de diversos acervos para ser compartilhado com um contingente maior de pessoas.

Como explorar
No site www.dominiopublico.gov.br, é possível baixar milhares de obras, as quais já completaram 100 anos de edição e, portanto, podem ser utilizadas sem a necessidade de pagamento de direitos autorais.

Obras fantásticas como as de Machado de Assis ou pinturas de Leonardo da Vinci podem ser encontradas nesse site.
Se você tiver interesse em utilizar esta magnífica ferramenta, basta aces s á-lo através do endereço www.dominiopublico.gov.br.
Observe a tela inicial do site:




Note que do lado esquerdo aparece uma área para pesquisa, onde o professor, o aluno,

ou qualquer outra pessoa pode acessar.

Em Tipo de Mídia, você escolhe entre Imagem, Som, Texto e Vídeo.


Em Categoria, aparecem as categorias referentes ao tipo de mídia escolhida.

Em Autor e Título, você preenche se desejar procurar um vídeo específico,

caso contrário, basta clicar no botão Pesquisar;

Em nosso exemplo, usamos a categoria TV Escola - Ciências e não optamos por autor, para que aparecessem todos os vídeos nesta categoria disponível no site. Veja a imagem.

Com tantas opções, basta escolher o que mais lhe agradar, clicar, fazer o download e assistir!.

Realize os mesmos procedimentos para as outras categorias.

Do lado direito da página inicial do site, você encontra algumas opções de obras muito importantes também disponíveis para download. Um exemplo é a obra completa de Machado de Assis:

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/ResultadoPesquisaObraForm.do?first=50&skip=0&ds_titulo=&co_autor=&no_autor=Machado%20de%20Assis&co_categoria=2&pagina=1&select_action=Submit&co_midia=2&co_obra=&co_idioma=&colunaOrdenar=null&ordem=null

Vídeo de Paulo Freire contemporâneo:

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/ResultadoPesquisaObraForm.do?first=50&skip=0&ds_titulo=Paulo&co_autor=&no_autor=&co_categoria=102&pagina=1&select_action=Submit&co_midia=6&co_obra=&co_idioma=&colunaOrdenar=null&ordem=null

Além de tantos acervos, existe muito material para a formação de professores, bem como de disciplinas específicas, o que contribui para o enriquecimento de suas aulas.

Basta clicar e ter uma biblioteca virtual em casa.

Assista ao vídeo com o coordenador do portal Domínio Público.







segunda-feira, 5 de julho de 2010

O QUE É FILOSOFIA? Por Gilles Deleuze,Félix Guattari

Olá colegas,

Pesquisando, encontrei algo muito interessante, e quero compartilhar.

Diva

O que é a filosofia?

Por Gilles Deleuze,Félix Guattari
Tradução Bento Prado Jr. e Alberto Alonso Munoz

A história da filosofia e comparável a arte do retrato. Não se trata de "fazer parecido", isto é, de repetir o que o filósofo disse, mas de produzir a semelhança, desnudando ao mesmo tempo o plano de imanência
que ele instaurou e os novos conceitos que criou. São retratos mentais noéticos, maquínicos. E, embora sejam feitos ordinariamente com meios filosóficos, pode-se também produzi-los esteticamente. E assim que Tinguely apresentou recentemente monumentais retratos maquínicos de filósofos, operando poderosos movimentos infinitos, conjuntos ou alternativos, redobráveis e desdobráveis, com sons, clarões, matérias de ser e imagens de pensamento, segundo planos curvos complexos (14). E, todavia, se é permitido apresentar uma crítica a um artista tão grandioso, parece que a tentativa não está ainda no ponto. Nada dança no Nietzsche, enquanto que
Tinguely soube tão bem, em outro lugar, fazer dançar as máquinas. O Schopenhauer nada nos revela de decisivo, quando as quatro Raízes, o véu de Maya parecem inteiramente prontos para ocupar o plano bifacial do Mundo como vontade e como representação. O Hei-degger não retem nenhum velamento-desvelamento sobre o plano de um pensamento que não pensa ainda.





Talvez tivesse sido necessário prestar mais atenção ao plano de imanência traçado como máquina abstrata, e aos conceitos criados como peças da máquina. Poder-se-ia imaginar, neste sentido, um retrato maquínico de Kant, ilusões compreendidas (ver esquema acima).

1. - O "Eu penso" com cabeça de boi, sonorizado, que não cessa de repetir Eu = Eu. / 2. – As categorias como conceitos universais (quatro grandes títulos): fios extensíveis e retráteis seguindo o movimento circular de 3. / 3. - A roda móvel dos esquemas. / 4. - O pouco profundo riacho, o tempo como
forma da interioridade na qual mergulha e emerge a roda dos esquemas. / 5. - O Espaco como forma da exterioridade: margens e fundo. / 6. - O eu passivo no fundo do riacho e como junção das duas formas. / 7. - Os princípios dos juízos sintéticos que percorrem o espaço-tempo. / 8. - O campo transcendental da experiência possível, imanente ao Eu (plano de imanência). / 9. - As três ideias, ou ilusões de transcendência (círculos girando no horizonte absoluto: Alma, Mundo e Deus).
Muitos são os problemas que concernem tanto a filosofia quanto a história da filosofia. As folhas do plano de imanência ora se separam até se oporem umas as outras, e convirem cada uma a tal ou tal filósofo, ora, ao contrário, se reúnem para cobrir ao menos períodos bastante longos. Além disso, entre a instauração de um plano pré-filosófico e a criação de conceitos filosóficos, as relações são elas próprias complexas. Num longo período, filósofos podem criar conceitos novos, permanecendo no mesmo plano e supondo a mesma imagem que um filósofo precedente, que eles reivindicarão como mestre: Platão e os neo-platônicos, Kant e os neo-kantianos (ou mesmo a maneira como Kant ele mesmo reativa certos segmentos do platonismo). Em
todo caso, não será, todavia, sem prolongar o plano primitivo, afetando-o com novas curvaturas, a ponto de que uma dúvida subsiste: não é um outro plano que foi tecido nas malhas do primeiro? A questão de saber em quais casos os filósofos são "discípulos" de um, outro e até que ponto, em quais casos, ao contrário, fazem enrica a ele mudando de plano, traçando uma outra imagem, implica pois avaliações tanto mais complexas e relativas quanto jamais os conceitos que ocupam um plano podem ser simplesmente deduzidos. Os conceitos, que vem povoar um mesmo plano, mesmo em datas muito diferentes e sob acomodações especiais, serão chamados conceitos do mesmo grupo; não serão assim chamados aqueles que remetem a planos diferentes. A correspondência de conceitos criados e de plano instaurado é rigorosa, mas faz-se sob relações indiretas que restam por determinar.
Pode-se dizer que um plano é "melhor" que um, outro ou, ao menos, que ele responde ou não as exigências da época? Que quer dizer responder as exigências, e que relação há entre os movimentos ou traços diagramáticos de uma imagem do pensamento e os movimentos ou traços sócio-históricos de uma
época? Estas questões só podem avançar se renunciamos ao ponto de vista estreitamente histórico do antes e do depois, para considerar o tempo da filosofia em detrimento da história da filosofia. (...)

(13) Cf. Kleist, "De 1'elaboration progressive des idees dans le discours" (Anedoctes et petits ecrits, Ed. Payot, p. 77). E Artaud, "Correspondance avec Riviere" (Obras completas, I).
(14) Tinguely, catalogo Beaubourg, 1989.

Filosofia como parte do processo eduacional e sua utilidade

Filosofia como parte do processo eduacional e sua utilidade
A Filosofia, pela sua própria história permite-nos ingressar em uma tradição na qual o questionamento da diversidade das experiências humanas, dos seus saberes e preconceitos, constitui-se em sua caracteristica mais destacada; um tema que não interessa sómente aos especialistas porque, por mais estranho que isso pareça, provavelmente não exista um ser humano que tenha se tornado um filósofo alguma vez em uma circunstância de sua vida.
No Brasil o ensino de Filosofia não possui uma tradição a altura da mesma. Temos como exemplo um dos períodos mais ¨negros¨da nossa história - o golpe militar de 1964 - que por longo tempo baniu a Filosofia e Sociologia dos curriculos escolares. Sómente por isso a sociedade percebeu o quanto elas eram importantes na formação do cidadão. Mas o erro foi corrigido com a publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei 9394 de 20.12.1996 - que através do Artigo 36 estabelece o retorno desses cursos às escolas.
Só que hoje percebemos que o ensino de Filosofia em nossas escolas apresenta muitas falhas, embora as escolas possuem autonômia para reorganizar seus curriculos, desde que observadas as determinações gerais e específicas de cada sistema educacional sendo que hoje no processo de formação existe a dificuldade de transposição de idéias e teorias para a esfera prática. Não existe uma base para o aluno do ensino médio em que ele se transforme e um aluno ativo, critíco, autor de seu processo de aprendizagem continuo para além do espaço escolar. A formação do profissional que vai auxiliar esse aluno ainda é falho; nossas escolas ainda carecem de profissionais especialistas na área de Filosofia. O que se percebe hoje é que muitas escolas substituem esse especialista por outro menos qualificado que não pertence a área contribuindo assim para a má qualidade do aprendizado.
Hoje temos na formação de nossos profissionais caracterizado por um ensino linear; aprende-se só o que que for relevante para a carreira. O interessante é que o professor de Filosofia não aprende a ser um professor, mas sim um técnico, um reprodutor de conhecimentos sem desenvolver o senso critíco em si mesmo e nos futuros alunos. Esse professor formado no ensino superior não tem a capacidade, a facilidade de saber o que dizer aos seus alunos além de repetir fórmulas feitas e mal compreendidas que ouviu na universidade.
Um profissional da Filosofia nas escolas de ensino médio também depende muito do que elas devem ser: possuir um ambiente propício à atividade dos alunos onde seus empreendimentos formem unidades (alunos) tipicos da aprendizagem; onde a escola precisa ter profissionais (professores) que, de um lado sejam conscientes que o desenvolvimento sómente se dá pela atividade qualificada e progressiva do aluno; que tenha uma interdiciplinaridade coletiva, conhecimento, análise dos temas atuais, etc... .
Sendo assim, o desafio da Filosofia e sua utilidade está em contribuir para aproximar os jovens das questões problemáticas colocadas pela própria Filosofia, contribuindo para que esses jovens olhem o mundo e todas as suas relações incluindo homem e universo, de maneira menos confusa, capaz de questiona-lo e propor soluções através de uma atividade fundamentalmente racional, de reflexão sobre temas éticos, políticos, morais presentes no dia-a-dia, além de tomar contato com as várias teorias explicativas de como conhecemos e o que é o conhecimento enquanto tal. Mas ainda assim muitos discutem sobre a utilidade da Filosofia. As pessoas se perguntam se vale a pena optar pela Filosofia e para que afinal serve a Filosofia. Para se encontrar uma resposta para essas perguntas, seria muito bom levar em conta o que diz a filosofa Marilena Chauí:
¨Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil; se não se deixar guiar pela submissão às idéias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil; se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciências e na política for útil; se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a Filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes¨.

Referência Bibliogáfica:
GALLO,S;KOHAN,W.(Orgs).Filosofia no ensino médio.Petrópolis:Vozes,2000
Postado por Fábio Vieira Pereira