sexta-feira, 25 de junho de 2010

INTERATIVIDADE?


INÊS HERING POMALIS

A leitura do texto de Marco Silva “Sala de aula interativa: a educação presencial e a distância em sintonia com a era digital e com a cidadania”, foi elucidativa e provocativa. Elucidativa porque apresenta conceitos de termos e expressões, mostrando como os utilizamos inadequadamente, fora de contexto, fugindo da real significação. Diria até que funcionou como atualização profissional. Provocativa porque instigou a reflexão sobre o planejamento e a prática docente.
Em alguns trechos, o texto é chocante: “[...] o termo interatividade se presta às utilizações mais desencontradas e estapafúrdias [...]”; “Uma pedagogia baseada nessa disposição à co-autoria, à interatividade, requer a morte do professor narcisisticamente investido do poder.”.
Infelizmente o texto não apresenta data, o que impede situar a quanto tempo foi escrito e se decorreram alguns anos, o que permitiria pensar que a situação apresentada pelo autor tenha se modificado. Entretanto, penso que o texto seja recente, pois as conversas nas salas de professores demonstram autoritarismo e carência de competências para lidar com o aluno que clama por aulas interativas, sendo rotulado como o ignorante sem nenhum interesse.
Em minha prática pedagógica venho obtendo melhores resultados ao desenvolver projetos, principalmente interdisciplinares. O aluno busca a informação e o conhecimento necessário para elaborar sua produção, sua criação, que são o foco principal. É fascinante o feedback dos alunos motivados, interessados, pedindo orientação não só na sala de aula, mas nos corredores da escola, vindo à escola em turno contrário ao das aulas, com expressão de felicidade e satisfação por suas descobertas e realizações.


Esta participação dos alunos renova minhas esperanças na instituição escolar e faz perceber o quanto ainda há para nós, professores, participarmos, produzirmos, criarmos, interagirmos.

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